Venerável Margarida Occhiena

Venerável Margarida Occhiena
A mãe de São João Bosco
Abril/1788


“Aquele que da ensinamento a seu filho será louvado por causa dele”. (Eclo 30,3)

“Mães, ensinais aos vossos filhos as orações do cristão? Em consonância com os sacerdotes preparais os vossos filhos para os sacramentos da primeira idade: confissão, comunhão, crisma? Habituai-os, quando enfermos, a pensar em Cristo que sofre? A invocar o auxilio de Nossa Senhora e dos santos? Rezais o terço em família? e vós, pais, sabeis rezar com vossos filhos, com toda a comunidade domestica. Recordai: deste modo construís a Igreja!”. Paulo VI

É com alegria que apresentamos a vida da venerável Margarida Occhiena, a mãe de Dom Bosco e exemplo de esposa, mãe, madrasta, nora e educadora, mestra do saber dos simples e humildes que o Senhor cumula de bens!

Margarida:

A primavera dava seus primeiros sinais fazendo despertar as mais belas e singelas flores, tantas e tão variadas, que enchiam de encanto pássaros e borboletas, que como numa coreografia de movimentos, apresentavam um incomparável espetáculo.
Foi neste cenário de encantos que o Piemonte, que fica ao norte da Itália, no povoado de Capriglio, no dia primeiro de abril de 1788, viu nascer sua mais bela e ilustre flor: Margarida Occhiena.
A filha de Melquior Marco Occhienna e Domigas Bossone
A Europa se ressentia com as idéias liberais da Revolução Francesa, com a crueldade e os desmandos de Napoleão Bonaparte, como exílio do Papa Pio VII na França.
Foi neste cenário que Margarida passou sua infância e adolescência, foram tempos de instabilidades, dificuldades econômicas escassez de alimentos; porem, graças a contratempos, nossa jovem Margarida tornara-se uma mulher forte, decidida e corajosa.
Foi também, com o exemplo de sua mãe Domingas, em meio ao afazeres domésticos e na roça, que Margarida descobriu o amor ao trabalho aliado a oração, fundamentos sólidos de perfeição cristã.
O fato de serem muito pobres fez com que nossa jovem Margarida adquirisse uma vontade férrea pra enfrentar as agruras da vida, e a buscar sempre mais a inspiração divina em suas decisões.
Seu jeito simples de ser encantou o viúvo Francisco Luis Bosco e com ele casou-se em 6 de junho de 1812, assumindo com carinho seu filho Antonio, de 4 anos; e com ele teve mais dois filhos: José e João Melquior.
O dia 11 de maio de 1817 foi de muita dor para a jovem Margarida, pois seu esposo Francisco, vindo do campo cansado e suado, entrou na adega fria e logo começou a passar mal: febre, dor no corpo e dificuldade para respirar. Ele não resistiu e faleceu horas depois. A felicidade de seu casamento durou apenas cinco anos, Margarida estava viúva com 29 anos, Três filhos e muita responsabilidade e trabalho pela frente.
Apesar de aparecerem muitos pretendentes, Margarida, mulher forte e camponesa dada ao trabalho recusou-a todos, preferindo para si o duro trabalho da roça, o cuidado dos filhos pequenos e da sogra que vivia em sua cadeira de rodas.
Suas mãos calejadas das enxadas eram suaves e carinhosas em acariciar os filhos e manusear com devoção e zelo as contas do Santo Rosário, ao anoitecer junto à família.
Com tanto zelo cuidou de sua sogra até a morte, cheia de cuidados, dizia que sendo mãe de seu marido era sua também!
Mamãe Margarida era assim que chamavam todos os que a conheciam, e que dela precisavam. Jamais dizia não a quem batesse a sua porta. Apesar da pobreza de bens terrenos, era rica em dedicação e zelo por todos. Visitava doentes, e sua casa era local de acolhimento e socorro para os necessitados.
Os filhos cresciam e Antonio, seu enteado era de gênio difícil, implicava com o caçula João Bosco e não aceitava que este fosse estudar, pois achava que todos deveriam trabalhar para comer.
Mamãe Margarida sabia da vocação de seu filho João e para tanto, se empenharia em tudo par que ele fosse adiante nos estudos, apesar das dificuldades.
Com o coração cheio de dor, Margarida, para contornar a situação dos filhos, e evitar mais brigas, entre lágrimas, aconselhou Joãozinho a sair de casa e ir trabalhar para ganhar algum dinheiro e continuar a estudar. Foi daí que deslanchou a descoberta da vocação.
Na vida dos grandes santos, a presença e a formação das mães é uma constante.
João Bosco sempre demonstrou grande interesse e aptidão pela leitura, recebeu estimulo e a força daquela camponesa simples e analfabeta.
Os desafios e as provações não foram poucos para João Bosco; para poder estudar, trabalhou como garçom, alfaiate, sapateiro. Sempre sob os olhares atentos e cuidadosos de mamãe Margarida.
Como eram muito pobres, Margarida consertava as roupas que ganhava, remendado e reformando para os filhos.
Aos 19 anos, João Bosco deveria escolher sua vocação. Desejava entrar para o clero diocesano, queria ser padre para cuidar dos jovens.
No convívio do convento da paz, dos Frades Franciscanos, João Bosco sentiu atrair-lhe a vida religiosa, os frades o acolhiam de braços abertos, dispensando toda questão financeira.
Todos a decisão caberia ao filho João, Margarida falou para o filho:
- É verdade que queres ser religioso?
- Sim, mamãe. Creio que não vai se opor!
- O que quero é que você siga sua vocação, sendo que a 1º preocupação é a salvação da alma.
Não se preocupe comigo, e sim com as coisas de Deus.
- Quero que saibas, meu filho, que nasci na pobreza, vivo na pobreza, e assim vou morrer. Se você decidir ser padre diocesano e se tornar rico, eu jamais irei visitá-lo.
João Bosco se ordenou padre, depois de muito esforço, e no dia de sua ordenação ouve da mãe:
- Meu filho, agora que você é padre, pense em ajudar os outros que não tiverem a sua sorte.
Margarida, dotada de grande sabedoria, era sábia no falar e agir; acompanhou de perto o inicio da grande obra de seu filho. Dom Bosco a levou para o oratório para ser a mãe de seus meninos.
Mamãe Margarida era zelosa e carinhosa com os jovens de Dom Bosco. Para todos tinha uma palavra de carinho, um gesto de afeto. Cozinhava, lavava, passava, costurava e para cada um antes de dormir, dava um beijo de boa noite.
No na de 1851, mamãe Margarida, com seus 63, sentia o peso da idade e também dos intensos trabalhos, sentia-se cansada e desejava voltar para sua casa e para os seus filhos e netos.
Mamãe Margarida decide ir embora do oratório, com as malas feitas se encaminha a porta. Dom Bosco vai a seu encontro e diz:
- Tudo bem Mama, tens razão até de sair sem se despedir do filho. Mas e dele? Também não vai se despedir? (apontando para o crucifixo na parede).
- Pobre mamãe Margarida!
Nada mais precisou ser dito.
Desfez as malas e voltou para o seu trabalho, incansável com sempre e com o coração cheio de amor.
Assumiu sua cruz com resignação, e permaneceu no oratório com seu filho Dom Bosco até a sua morte em 25 de novembro de 1856.
Mamãe Margarida, a primeira Cooperadora de Dom Bosco, foi declarada venerável no ano passado e esta bem próximo o dia de ser declarada beata. Rezemos pedindo a sua intercessão.

Mamãe Margarida
Modelo de filha, esposa e mãe!
Incansável e dedicada em tudo o que fazia, vendo em cada rosto a imagem de Deus!
Mamãe Margarida,
Mãe de tantos que a ti recorrerem, volte teus olhos a nos e pede a Virgem Auxiliadora e ao Senhor Jesus por todos as nossas intenções...
Pai Nosso, Ave Maria, Gloria!

Amém Paz e Bem!

Comentários

Ðú® disse…
Minha mãe é devota demais de João Bosco, tenho até um irmão com este nome.

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