São Bento José Labre
16 de abril
O Mendigo de
Cristo
Em Amettes,
próximo a Arras, na França, no dia 27 de Março de 1748 nasce Bento José Labre,
o primeiro de uma prole de quinze filhos. Seus pais eram modestos agricultores,
porém, generosos e tementes a Deus.
Bento, assim
como os outros irmãos, estudou numa escola rural. O pouco estudo lhe rendeu
muitos valores. Aprendeu o latim com um irmão de sua mãe, e logo cedo sentiu o
despertar do servir a Deus. Desejava ser monge trapista.
Quando completou
18 anos, com o consentimento dos pais, ingressou no convento trapista de Santa
Algegonda. Sua permanência foi curta; os monges não o aprovaram. Não se dando
por vencido, viajou centenas de quilômetros, debaixo de um rigoroso inverno,
até a Normandia, onde pediu admissão no convento cisterciense de Montaigne. Não
obteve autorização para ingressar.
Por mais duas
vezes, Bento José ainda tentou ingressar em mais dois conventos: o dos
cartuchos de Neuville e o de Sept-fons, e em nenhuma das duas vezes obteve
sucesso. O desejo de servir a Deus e anunciar o Evangelho era maior do que
todas as recusas.
Já peregrinando
por dois anos, Bento, com 20 anos, decidiu que o seu mosteiro seria as estradas
e, como peregrino, anunciaria o Evangelho nas periferias e ruas das cidades por
onde passasse.
Em seu embornal
de peregrino, levava somente o Novo Testamento, a Imitação de Cristo, o
Breviário; o crucifixo trazia ao pescoço e o terço sempre nas mãos e em atitude
de oração.
Seu quarto de
dormir eram as ruínas do Coliseu. Alimentava-se das esmolas que recebia; pães,
ervas, eram-lhe suficientes, além da água. Durante o dia, percorria as igrejas
de Roma, além de todos os lugares sagrados da região.
Percorreu todos
os santuários da Itália; somente o de Loreto visitou 11 vezes. Bento caminhava
rezando e meditando e junto aos mendigos de Roma, lia o Evangelho, e
ensinava-lhes a oração do santo rosário.
Sua vida de
peregrino maltratou sua saúde; o frio, a neve, a pouca alimentação foram
limitando as forças do mendigo de Deus, Bento José.
As condições de
higiene eram por demais precárias, seus pés estavam feridos e cansados, suas
pernas deformadas pelas andanças e pela artrose, suas mãos calejadas, seu olhar cansado era como um farol luminoso
da Graça.
Por todos
aqueles anos, conquistou a simpatia de todos: sacerdotes, religiosos,
estudantes, crianças, idosos e comerciantes. Todos lhe tinham em grande estima
e respeito.
Bento José,
apesar de sua aparência descuidada, era visto como um santo; suas palavras eram
sempre de amor, gratidão, respeito e exortação. Por onde passava, traçava o
sinal da cruz e a todos abençoava.
Cumpriu, por
assim dizer, o seu ministério entre os mendigos e moradores de rua; seu
apostolado foi grandioso pela sua pobreza e simplicidade.
Na primavera, já
doente e cansado, o mendigo de Deus é encontrado agonizando na rua. É levado
para a casa de um amigo, onde veio a falecer no ano de 1783.
Foi sepultado próximo
da Igreja de Santa Maria dos Montes, e seu túmulo logo passou a ser visitado e
tornou-se um lugar de romarias.
Suas virtudes
foram reconhecidas pela Igreja e no ano de 1881 foi canonizado pelo Papa Leão
XIII.
Que seu exemplo
de amor e desprendimento nos inspire a praticar a verdadeira caridade.
Amem!
São Bento José
Labre, rogai por nós!
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