São Leonardo de Porto Maurício

O apóstolo da Via-sacra

28 de novembro

“Recordar os passos de Jesus na Via-sacra e meditar os cruéis sofrimentos que o Redentor quis ali padecer por todo o gênero humano é um ato de piedade que torna o homem não apenas angélico”. (São Boaventura)

No ano de 1676 nasceu o primogênito do capitão da marinha, Domingos Casanova. Um menino que na pia batismal recebe o nome de Paolo Girolamo Casanova, futuramente, Leonardo de Porto Maurício.
Foi, durante sua infância, marcado pela dor e pelo sofrimento com a morte prematura de seus pais.
Alguns parentes encaminharam o pequeno Paolo para estudar em Roma. Lá, conheceu a Ordem franciscana e por ela logo se encantou, pedindo seu imediato ingresso.
Logo após sua ordenação, partiu para Florença e lá, por um bom tempo, exerceu sua atividade pastoral. Foi também em Florença que suas pregações se tornaram sinais de incontáveis conversões.
Frei Leonardo destacava-se como exímio pregador; homem simples e de oratória impecável, atingia a todos sem exceção.  Por fim, chegou aos ouvidos do Papa Clemente XII que, da Ordem franciscana, um novo luzeiro e exímio pregador arrastava multidões.
Por todos os lugares em que passava, Frei Leonardo tinha o cuidado de implantar na alma do povo a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e da Sagrada Paixão de Nosso Senhor, a adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento e o culto à Santíssima Virgem.
Grande entusiasta e defensor da Imaculada Conceição, sonhava e desejava ver proclamado seu dogma. (O Dogma da Imaculada Conceição somente foi proclamado em 1854)
Andava Frei Leonardo com seu hábito sempre surrado e puído; seus pés estavam sempre descalços. Trazia sobre o peito a Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, com os cravos da Paixão.
Por todos os lugares de missão, jamais aceitou presentes ou agrados. Seu único desejo era a salvação de todos e a maior glória de Deus. Somente se afastou das santas missões por 5 anos por motivos de saúde.
O nosso Santo era por demais exigente consigo mesmo. Em todos os lugares de missão, procurava dormir em chão batido, com pouca ou quase nenhuma coberta. Para ter diante de si a lembrança da Sagrada Paixão de Nosso Senhor, fazia todos os dias o exercício da Via-sacra e nas sextas-feiras mastigava ervas amargas, em memória do sofrimento de Jesus na cruz.
Era um apaixonado pela Virgem Maria; tanto que a cada hora do dia a saudava com o bater do relógio. Em todas as missões recomendava aos ouvintes a devoção filial à Santíssima Virgem, como melhor antídoto contra o pecado mortal.
Considerava o Santíssimo Sacramento como o sol do cristianismo, a alma da fé. Adorador amoroso e fervoroso, sua fé e suas obras de caridade sempre caminharam juntas. No confessionário passava horas incontáveis e era lá que todos iam buscar o alívio do corpo e da alma.
Era austero consigo mesmo. As marcas das mortificações, o corpo macerado pelos jejuns serviam de exemplo para os seus irmãos.
Frei Leonardo, ao longo de sua vida, foi exemplo de fidelidade ao Evangelho. Num espaço de 44 anos pregou 326 missões em 84 dioceses. Ficou conhecido por haver pregado e difundido o exercício da Via-sacra.
Foi no ano de 1750, ano jubilar, que Frei Leonardo, com grande piedade e zelo, pregou a Via-sacra no Coliseu de Roma. Era o dia 27 de dezembro.
Foi a primeira vez que o Coliseu serviu para um ato religioso.
Desde aquela data ainda é costume o Santo Padre, na sexta-feira Santa, fazer o exercício da Via-sacra no Coliseu.
Com 75 anos, um corpo marcado pelas dores do tempo e pelos excessos de penitências, dá sinais de falência. Frei Leonardo está no convento de São Boaventura e foi lá que entregou sua alma. Pio VI o declarou “Beato”; Pio IX o proclamou “Santo”, e Pio XI “Padroeiro dos missionários”.

Paz e bem!





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