São Januário (Genaro)
19 de setembro
Os judeus olhavam com horror os cadáveres, mas os
cristãos consideravam-nos preciosos, porque eles foram habitação do Espírito
Santo (1 Cor. 3, 6) e são como uma semente donde germinará um corpo glorioso no
dia da ressurreição (1 Cor. 15, 42). Veneramos as relíquias dos santos para
adorar aquele em quem e por quem eles morreram. (São Jerônimo). O próprio Deus
honra as relíquias, porque se serve delas para operar milagres.
Aos pés do Vesúvio, o vulcão das grandes erupções
da história, está a bela Nápoles. Bela por sua natureza e pela alegria de seus
habitantes.
A história nos conta que Januário nasceu e viveu
por volta do final do século III em Benevento, cidade localizada a uns 70 km de
Nápoles.
Descendente dos nobres Januários, destacou-se
desde a mais tenra infância por sua piedade e virtudes cristãs.
Januário, como sacerdote, foi sempre atencioso e
solícito com seu rebanho. Seus sermões eram simples e cheios de ensinamentos...
Por sua conduta e formação exemplares, tornou-se
bispo de Benevento. Era amado e respeitado por todos. Próximo de sua diocese,
vivia um santo homem de Deus por quem o Bispo Januário nutria grande amizade.
Era o Diácono Sósio.
Vivia-se um tempo de grandes perseguições aos
cristãos. Era o Imperador Diocleciano que, em sua fúria contra a Igreja de
Cristo, não media esforços para executar seus planos cruéis.
Pelo ano 303 deu-se a última e talvez mais cruel
das perseguições.
O Diácono Sósio foi preso pelo Governador
Dracônio, e este, cumprindo uma ordem imperial, exigiu que ele prestasse honras
às divindades romanas. Sósio negou-se. Foi cruelmente espancado, quase morto, e
encarcerado em Puzzuoli. Quando soube do acontecido, Dom Januário foi ao
cárcere levar consolo e palavras de ânimo ao amigo e irmão de fé.
As perseguições se intensificavam e até mesmo o
Bispo Januário foi levado ao cárcere. É torturado e recebe ordem de negar a sua
fé. Sem apostasia, Januário professa publicamente sua fé em Jesus Cristo e na
Santa Igreja. O Imperador, esbravejando, manda que o lançassem em uma fornalha
ardente. As chamas por três dias ardem e não consomem o nobre e valente Bispo
Januário. Novamente é levado ao cárcere e, mais uma vez, é espancado com
crueldade.
Festo e Desidério, dois zelosos clérigos vão
visitá-lo no cárcere. Acabam por ficar presos.
Foram todos levados à presença do Governador e,
com firme decisão, disseram o mesmo, “Somos cristãos e estamos prontos para dar
a vida por Cristo”.
Presos por pesados ferros, foram levados ao
cárcere novamente. No dia seguinte, seguiram para o anfiteatro onde o Imperador e todo o povo aguardava o grande espetáculo. Seriam devorados pelos leões.
Dom Januário, seus clérigos e mais quatro jovens
foram colocados no centro do anfiteatro, e, todos de joelhos, entoavam cânticos
e louvores ao Cristo Jesus.
Quando as grades foram abertas, os leões famintos
e furiosos partiram em direção aos condenados e como que mansos gatinhos,
deitaram-se aos pés dos cristãos que não cessavam de louvar a Deus.
Toda multidão presente no anfiteatro ficou
extasiada com o extraordinário acontecimento. O Governador Timóteo, humilhado e
perturbado, mandou que decapitassem os condenados. Naquele momento, a multidão
presente se rendeu à fé dos mártires, e com aclamações, os corpos foram levados
e dignamente sepultados.
O sangue do Bispo Januário foi colocado em ampolas
e guardado como relíquia.
O corpo de São Januário, assim como as ampolas com
seu sangue, encontram-se em Nápoles, e, todos os anos, por ocasião de sua
festa, acontece o Milagre da liquefação do sangue, sempre que as ampolas são
aproximadas da cabeça ou de qualquer uma das relíquias do santo.
Na Catedral de Nápoles temos duas capelas que
abrigam as relíquias de São Januário. Numa está conservado o corpo do santo e
na outra a cabeça e as duas ampolas com o sangue do mártir.
Que o testemunho e o exemplo de São Januário nos
inspire a testemunhar nossa fé, mesmo diante das maiores contrariedades e
perseguições.
Somos Cristãos?
Paz e bem!
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