Franz de Castro Holzwarth
Servo de Deus
14 de fevereiro
O mártir da pastoral carcerária
O jovem casal Franz Holzwarth e Dinorah de Castro
Holzwarth aguardavam com muita ansiedade o nascimento do primeiro filho para o
mês de maio (mês de Maria). E assim, para a felicidade de todos, nasceu um
menino. Era dia 18 de maio de 1942.
A feliz notícia correu por toda a cidade de Barra
do Piraí/ RJ. Afinal, seus pais eram pessoas conhecidas e de certo modo
influentes.
O primogênito dos Holzwarth recebeu na pia
batismal, em 10 de Agosto de 1942, o nome de Franz de Castro Holzwarth. Franz
teve como padrinhos, Dr. Onofre Infante Vieira e Lígia de Castro Martins.
Franz sempre demonstrou, desde muito pequeno, uma
preocupação com os menos favorecidos e, mesmo antes de sua Primeira Eucaristia,
demonstrava piedade em seus momentos de oração.
Quando completou oito anos, recebeu pela primeira
vez Jesus eucarístico na Igreja de Santa Terezinha do Menino Jesus. Por toda
sua vida sente o desejo de entregar-se totalmente a Cristo.
Durante o período escolar, Franz destacou-se como
um aluno dedicado e estudioso. Para os colegas, uma referência positiva e para
os professores dava sinais de uma futuro promissor.
Quando ainda estava cursando o ensino médio,
começou a trabalhar; estava com 14 anos completos. Sentia-se feliz e realizado
em ganhar o seu próprio salário.
Por várias vezes pensou em se tornar um sacerdote
do Senhor, porém, segundo seus relatos, começou a protelar a decisão.
Foi no ano de 1963, estando com 21 anos, que
entrou para a Faculdade de Direito na Fundação Valeparaibana de ensino em São
José dos Campos. Por algum tempo morou em Jacareí e depois passou a residir e
trabalhar em São José dos Campos.
Em uma de suas cartas, datada de 22 de fevereiro
de 1964, escreveu: “Ninguém me virou a cabeça: há muito que ele me persegue e
creio que, na minha futura profissão, com ele e por ele conseguirei muito”. Era
o toque suave do amor de Deus.
No ano de 1965 conseguiu a colocação no Juízo de
Direito de Jacareí. Foi admitido como administrador. Porém, no ano de 1967,
disse ao Pe. Altamirando, um jesuíta amigo seu: “O que importa na vida é Cristo
e trazê-lo aos outros como sacerdote. Há em mim um desejo de doação total.
Espero em Deus que se faça a sua vontade. Estou disposto ao que me chamar.”
No ano de 1968, estando com 26 anos, Franz de
Castro Holzwarth formou-se em Direito e como tal foi aprovado pela Ordem dos
Advogados da Bahia.
Como advogado, sempre procurou defender os menos favorecidos,
os excluídos, os sem voz e sem vez. Era o Doutor dos pobres e apóstolo dos
encarcerados.
Pela sua conduta e princípios cristãos bem
definidos, foi convidado a fazer parte da Associação de proteção e assistência
aos condenados em São José dos Campos. Era o ano de 1975.
Como membro da Associação, sentia-se realizado,
exercia sua função realmente como um apostolado.
Dr. Franz, como vice-presidente da APAC, era
incansável no cuidado e no zelo pelos apenados e principalmente por aqueles
mais esquecidos sem ter quem os defendesse. Os presos viam no Dr. Franz um pai,
um irmão, um amigo. Ele e o Dr. Mário Ottoboni, Presidente da entidade, tiveram
um papel importantíssimo na reintegração de centenas de presos à sociedade.
Corria o ano de 1981. Franz de Castro estava com
39 anos, quando no dia 14 de fevereiro, ele e o Dr. Mário foram chamados à
cidade de Jacareí para evitar um derramamento de sangue durante uma rebelião na
cadeia pública daquela cidade. A presença dos dois foi uma exigência dos presos.
A situação era muito tensa; policiais, juízes e
diversas autoridades temiam pelo pior. Tanto Franz como o Dr. Mário sabiam do
risco que estavam correndo. Decidiram que iriam enfrentar.
A negociação começou e no primeiro carro saíram o
Dr. Mário Ottoboni, alguns reféns com alguns presos. No outro carro estava o
Dr. Franz com cinco presos. Quando estavam saindo, o carro foi alvejado de
tiros; todos morreram.
Franz de Castro Holzwarth está morto! Foi a
Jacareí ao encontro do martírio. “O mártir é alguém que, para preservar outras
vidas, se esquece de cuidar da própria vida” (G. K. Chesterton).
O apóstolo Paulo na Carta aos Romanos 5, 7,
escreveu: “Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa boa, talvez
alguém se anime a morrer. Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo
morreu por nós, quando éramos ainda pecadores”.
Dr. Franz de Castro Holzwarth é o mártir da
Pastoral carcerária. Peçamos que ele interceda por todos aqueles que se dedicam
com tanto amor àqueles que a sociedade se recusa a amar.
Paz e bem!
Comentários