Santa Maria Goretti
Santa Maria Goretti
6
de julho
No
outono de 1890, o vento frio parecia impiedoso a soprar nos campos de Corinaldo;
o céu apresentava um espetáculo de cores e luzes em tons dourados, era um lindo
final de tarde daquele 16 de outubro, quando veio ao mundo o sétimo filho do
casal Luís Goretti e Assunta Carlini; nasceu uma linda menina, que na pia
batismal recebeu o nome de Maria (em homenagem a Virgem Mãe do Senhor); Maria
Goretti.
Seus
pais eram trabalhadores braçais, na agricultura encontravam o meio de sustento
da numerosa família. A luta era sempre muito árdua...
A
busca pela sobrevivência fez com que, por várias vezes buscassem em outras
terras o sustento por meio do trabalho pesado no campo.
Foi
na aldeia de Agro Pontinho, que depois de uma curta enfermidade, o senhor Luís
Goretti veio a falecer; era o dia 6 de maio de 1900. A pequena Maria Goretti
com apenas 9 anos, era quem consolava a mãe e lhe dizia para confiar na
providência.
Foram
tempos de muita penúria e dificuldades. Dona Assunta, com o coração
despedaçado, e os olhos lavados pelas lágrimas da dor, encontra na mesa da
eucaristia e aos pés da Ssma. Virgem, a coragem necessária para dar segurança
aos seus filhos.
O
trabalho se torna muito pesado, Dona Assunta, sozinha, não tem como lavrar a
terra. É ai que surge a oportunidade de partilhar o trabalho e o lucro da terra
com um viúvo e seus dois filhos. Eram eles: o Pai João e seus filhos, Gaspar e
Alexandre.
Devemos
esclarecer que o que uniu as duas famílias, foi tão somente o trabalho.
Com
o trabalho partilhado, ambas as famílias saíram lucrando. Tudo, parece correr
bem! Dona Assunta, sempre, muito determinada só tem olhos para o trabalho e as
lidas da casa.
Maria
Goretti, além do trabalho na lavoura, se desdobra em cuidados com a casa e com
os irmãos menores apesar da pouca idade, Maria é muito responsável e piedosa.
Seus dias são de oração e trabalho.
Durante
o varrer do quintal, ouve-se ao longe sua voz e melodiosamente entoando hinos
sacros e ladainhas.
No
remendar as roupas, unia os pontos as contas do rosário, por fim incontáveis
ave-marias eram rezadas ao dia.
O
jeito doce e meigo de Maria Goretti despertou a malícia de Alexandre, o filho
mais novo de seu João, o sócio de Dona Assunta. Seu olhar perseguia a jovem
menina, que percebendo, evitava ficar sozinha com ele.
Os
dias foram passando e Alexandre certo dia, solicitou que Maria pregasse os
botões de sua camisa. A jovem se dispôs a consertá-la. Alexandre, com toda a família,
foi para o campo.
Tudo
foi premeditado, Alexandre arruma uma desculpa e volta para casa. Chegando
próximo da casa, avista Maria, sentada,
na porta cantando e pregando os botões.
Alexandre
cheio de maldade, toma em sua mãos uma barra de ferro com um ponta de lâmina
afiada, e chama por Maria.
Maria
treme de medo, o olhar de Alexandre é de fúria, por duas vezes ele já havia
tentado agarra-la, porém sempre sem sucesso, o que aumentou a sua paixão louca.
Maria
tentou fugir, Alexandre ao ver que a menina não atendeu o seu chamado tomou-a
violentamente pelos braços tapou-lhe a boca e com a mão arrastou-a para dentro
de casa, enquanto com o pé fechava a porta.
A
jovem menina com todas as suas forças implorava: Não! Não! Isso é pecado...
Não! Que estas fazendo Alexandre... Por favor não! Irás para o inferno. E com
um gesto de coragem lutou varonilmente.
Alexandre,
em desespero, agarrou a jovem e cravou a lâmina da barra de ferro, repetidas
vezes em seu corpo virginal. Maria com os olhos cheios de lagrimas exclamava:
-Meu
Deus! Meu Deus! Estou morrendo... Minha mãe! Minha mãe!
Alexandre
descontrolado, aperta a garganta da menina e acerta mais alguns golpes mortais.
Alexandre foge, e Maria, com seu sangue, conserva o dom precioso da virgindade.
Alguns
vizinhos ouviram uns gemidos e quando chegaram, encontraram a jovem, num mar de
sangue. Chega também Dona Assunta, que tomando a filha em seus braços pergunta:
Minha filha, o que aconteceu, quem... Foi... Diga-Me? Quase sem forças
respondeu: Foi Alexandre! Ele queria fazer coisas más, e eu não quis e não
deixei.
Em
poucas horas Alexandre foi preso, confessou o seu crime, e foi levado para a
prisão antes que o linchassem.
Maria
Goretti, levou 14 golpes, foram lesões muito profundas, a pobre menina estava
despedaçada. Foi levada ao hospital de Netuno e ainda viveu por mais 24 horas,
somente por um milagre.
Naquela
noite, cheia de alegria, recebeu a fita e a medalha de Filha de Maria. Aquela
medalha suavizou suas dores e seus tremores.
Na
manhã seguinte, era um domingo, dia 6 de julho, Maria recebeu a sagrada
comunhão. Em seguida sua mãe perguntou-lhe:
-Maria,
você perdoa de todo o seu coração o seu agressor (Alexandre)?
-Sim...
Perdoo... Lá do céu rogarei para que se arrependa, e quero que um dia esteja
comigo na eterna glória.
Ao
ouvir tão doce revelação, o sacerdote que a tudo assistia, derramou copiosas
lágrimas.
Por
volta das 15:45, do dia 6 de julho de 1902, Maria Goretti entregou sua inocente
e virginal alma ao Senhor da vida. Seu enterro foi uma verdadeira manifestação
de fé e de amor.
Alexandre
foi condenado a 30 anos de prisão, ao final dos 30 anos teve um sonho com a
jovem mártir e se converteu indo viver com um monge até o final de seus dias.
No
ano de 1950, estavam na Praça de São Pedro, Dona Assunta e seus filhos, assim
como Alexandre Serenelli, sentado ao seu lado, assistindo a celebração
eucarística da canonização de Santa Maria Goretti.
Que neste mês de julho, mês da
Jornada Mundial da Juventude, possamos apresentar aos nossos jovens o modelo de
Maria Goretti, e que ela interceda por todos. Amém!
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