Santa Rita de Cássia
“Fostes
a rosa preferida, ó Santa Rita de Jesus...”.
22
de maio
O
pequeno povoado de Rocca Porena na Região de Cássia, e que está à 700 metros
acima do nível do mar, é uma das mais belas povoações da Úmbria (Itália). É um
lugar tão silencioso e tão tranquilo, que em tudo se respira paz.
Antonio
Mancini e Amata Serri de Fogliano, um santo e feliz casal de Rocca Porena, eram
admiradas por todos, por suas santas e piedosas virtudes. Eram assíduos na
oração e na caridade, era no Crucificado que encontravam o consolo nos momentos
de dor e de dificuldade. Os anos de convivência iam passando, e a cada ano
aguardavam a benção tão esperada... A benção da descendência. Um lar sem
criança é como um jardim sem flor!
Foram
longos 53 anos de espera, até o dia que Dona Amata, em profunda e fervorosa
oração, teve a visão de um anjo que lhe assegurou que suas preces tinham sido
atendidas e que ela teria um filho (a) que seria grande diante de Deus.
A
alegria foi sem conta, no lar humilde e piedoso de Antonio e Amata, quando a
gravidez foi confirmada; e mais uma vez o anjo do Senhor apareceu a Amata, e
lhe comunicou que seria uma menina e que lhe dariam o nome de Rita.
Era
a primavera de 1381, o sol brilhante e benfazejo acariciava a bela vegetação, e
dava um brilho cintilante as pequenas e singelas flores do campo. E na manhã do
dia 22 de maio deste mesmo ano, veio ao mundo a bela e pequena Rita.
A
pequena Rita foi batizada em Cássia, porém a pequena capela de Rocca Porena não
tinha pia batismal. Alguns poucos dias depois do batismo, o feliz casal foi
trabalhar e junto levavam a pequena Rita em um cestinho de vime. Debaixo da
sombra de um belo salgueiro, a criança se entretia com suas pequenas mãozinhas
e com o cantarolar dos pássaros.
Para
espanto de todos, um enxame de abelhas brancas envolveu o cestinho da pequena
Rita e faziam um zumbido especial. Muitas delas entravam em sua pequena
boquinha e ali depositavam mel. Seus pais ficaram pasmados e encantados com a
alegria de menina e com a insistência das abelhas em sobrevoar o leito da
pequena santinha. Ao longo de sua vida, as abelhas brancas acompanharam Rita,
até o momento de sua morte.
Desde
muito pequena, seus pais, por serem idosos eram muito zelosos e exigentes com a
formação e a educação da menina. Seus pais apesar de não serem alfabetizados,
tinham a sabedoria dos simples e dos justos, e foi assim que instruíram a
pequena Rita.
A
menina crescia em idade, sabedoria, e graça diante de Deus dos homens. Sua
beleza e suas virtudes eram admiradas por todos e muito cedo despertou os
olhares dos jovens da aldeia.
Rita
era muito dedicada aos pais, era determinada no cuidado da casa, do árduo
trabalho no campo e principalmente em seus momentos de oração e contemplação do
crucificado. Desejava ardentemente participar das dores do Senhor Jesus.
O
coração da jovem Rita era nutrido pelo desejo de se consagrar totalmente a
Deus, abraçando a vida religiosa. Quando insinuou aos pais seu desejo, foi logo
desencorajada e ainda mais, foi terminantemente proibida de mencionar tal
desejo.
Não
desejando contrariar seus velhos pais que ao seu modo, desejam um futuro mais
seguro para a sua preciosa menina. O casamento é o que almejam para Rita, as
lágrimas, as preces e as mortificações foram companheiras inseparáveis de nossa
santinha.
O
pretendente Paulo Fernando era um jovem de temperamento explosivo, e de modos
rudes. Fez o pedido de casamento e não aceitava outra resposta que não fosse o
“sim”.
O
casamento foi desde o primeiro dia um martírio, Rita abraçou literalmente a sua
cruz no momento em que disse sim no altar do senhor. Paulo Fernando era um homem
sem fé, totalmente dado à bebida, jogo e mulheres. Sua profissão: matador de
aluguel. Era um homem temido por toda a região da Cássia.
Não
foram poucas às vezes em que a Sra. Rita viu-se insultada, humilhada e até
agredida pela fúria de seu esposo. Porém sempre, se manteve silenciosa e
resignada com sua triste situação. Nem seus pais, nem seus vizinhos, sabiam o
que realmente acontecia na casa do jovem casal.
Rita
jamais desistiu da conversão de seu marido e aos poucos foi percebendo a
transformação daquele diamante bruto em um brilhante. A mudança foi maior
quando vieram os filhos gêmeos: Tiago Antonio e Paulo Maria.
Seus
pais sempre viveram de fé e eram assíduos na oração; morreram com 90 anos, ele
no dia 19 de março (Festa de São José), e ela 25 de março (Anunciação do
Senhor). Foi um duro golpe para Rita. Em seguida seu marido foi assassinado por
vingança, foi vingado pelos seus incontáveis crimes por encomenda.
Dona
Rita estava viúva, e com dois filhos adolescentes. Não tinha irmãos e nem
parentes com quem contar suas queixas, e suas dores eram compartilhadas somente
com o crucificado.
Seus
filhos ao saberem que o pai tinha sido assassinado, juraram vingança e vingança
de morte e derramamento de sangue. Mais uma vez o coração de Rita fica apertado
em seu peito. O desejo de vingança dos filhos levou a jovem Rita, a implorar ao
Senhor; que preferia ver seus filhos mortos a vir perder suas almas cometendo
um terrível assassinato.
Foi
um pedido doloroso, porém corajoso e logo foram atendidos, um ano depois da sua
morte de seu esposo, seus filhos, num pequeno intervalo de tempo, partiram para
a casa do pai. Rita estava sozinha, seu coração ainda nutria o desejo de se
consagrar totalmente a Deus. Foi em busca do seu sonho. O Mosteiro das Irmãs
Agostinianas sempre atraiu os seus olhares.
Decidida,
vendeu seus bens e partiu para Cássia. Bateu porta do convento, foi rejeitada.
Voltou para Rocca, intensificou suas preces. Numa noite, como que em sonho, viu
seus santos protetores; São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de
Tolentino, que a convidaram a segui-los.
Em
pouco tempo estavam em Cássia na porta do Mosteiro de Santa Maria Madalena, a
mesma porta que por três vezes se fechara diante dela. Em poucos minutos Rita
estava dentro do mosteiro sem que pudesse explicar como! Seus protetores haviam
desaparecido. As irmãs, percebendo a vontade divina acolheram a Santa dos
Impossíveis.
A
vida de Irmã Rita no mosteiro foi marcada, por visões e revelações. Sua vida de
penitência e mortificação fez dela uma referência no mosteiro certo dia em
oração profunda, pediu a Jesus que lhe permitisse participar de alguma forma de
sua dolorosa paixão. De repente, da coroa do Crucificado, um espinho se
desprendeu indo se alojar na testa da Irmã Rita. A dor foi muito intensa, que a
fez desmaiar. Quando acordou, percebeu que sua testa sangrava e doía muito. Era
a marca da paixão que Rita levou até a morte.
Os
anos foram passando e a nossa Irmã começa sentir o peso da idade e as
consequências das penitências muito austeras. Sempre humilde e obediente, não
ousou questionar sua Madre quando está lhe pediu que plantasse um galho seco de
parreira. O amor e a dedicação pensados aquele galho seco fez com que ele
brotasse e desses frutos em abundância, para espanto de todos principalmente da
Madre. Observa-se ai o valor da santa obediência.
Rita,
pouco antes de morrer, pediu a uma conhecida de sua aldeia, que quando viesse
trouxesse uma rosa e dois figos de seu antigo Jardim. Mesmo sem crer, a
conhecida foi e encontrou tudo conforme a irmã havia falado.
O
mês de maio de 1457 ia avançando, e as forças de Rita iam minguando. Até que no
dia 22 de maio, dia do seu aniversário, ela parte para a eternidade. Os sinos
do convento tocam sozinhos, e com insistência, todos correm para a cela da Irmã
Rita, seu corpo exalava um perfume sem igual e daquela chaga dolorosa e mal
cheirosa, viu-se um brilho como que de um belíssimo rubi.
Outro
sinal foi às abelhas brancas, que pousaram sobre seu caixão, seu corpo estava
flexível e perfumado, seus membros conservavam a temperatura normal. Eram os
sinais claros de Deus, de sua predileção a sua serva Irmã Rita de Cássia.
Até
hoje seu corpo repousa no mosteiro de Cássia. E a devoção a Santa Rita de
Cássia atravessa os séculos e se mantém sempre mais viva e atual.
Santa
Rita de Cássia das causas impossíveis. Rogai por nós.
Paz e Bem!
Comentários
Márcia.