São Jorge
23 de abril
“Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que
possais apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai, enfim, o capacete
da salvação e a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus.” (Ef. 6, 16 –
17)
A história do valente guerreiro, ou como é chamado
no Oriente, o “Grande Mártir”, nos leva à Turquia e mais precisamente à região
da Capadócia do século IV.
Segundo historiadores e a tradição, Jorge era
filho de pais pagãos; as armas, as batalhas e o poder detinham os corações daquela
família.
Sabemos que Jorge, talvez tocado pela Graça,
partiu para a Palestina e lá passou a residir, indo alistar-se no exército do
tirano imperador Diocleciano, inimigo mortal dos cristãos.
O jovem cavaleiro até então não conhecia Cristo,
só conhecia o ódio do imperador pelos seus seguidores, e isto despertou, em seu
inquieto coração, o desejo de conhecer o cristianismo.
Encontrou nos cristãos presos a resposta que
buscou por toda a sua vida; o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo abriu-lhe
os olhos e tocou seu coração. Imediatamente, trocou de milícia e foi alistar-se
nas fileiras dos alegres soldados de Cristo.
O imperador Diocleciano descobriu a traição de
Jorge e passou a persegui-lo sem piedade. A defesa da fé cristã pelo seu
ex-soldado deixava o imperador com mais ódio.
De aspecto majestoso e traços nobres, Jorge passou
a ser o guardião maior dos cristãos que viviam as escondidas; era um verdadeiro
soldado com a espada da fé em punho.
O conhecimento mais profundo dos princípios
cristãos fez de nosso soldado um terrível combatente das heresias pagãs. Saía,
por várias vezes, gritando os santos nomes de Jesus, Maria e José e anunciando
as verdades evangélicas e denunciando as maquinações dos hereges.
Diz a lenda que Jorge, na sua imagem de destemido
cavaleiro, destruiu o dragão que ameaçava a vida e a paz de uma aldeia. Era na
verdade o dragão da maldade, da injustiça, do ódio, da intolerância, da
exploração e do desamor que o valente soldado combateu com todas as suas forças
e com toda a coragem.
O imperador Diocleciano, enfurecido e tomado pela
cólera, disse à sua esposa Alexandra, “Fui derrotado e morrerei, porque fui
dominado por este homem”. A mulher lhe disse, “Ímpio e cruel tirano, quantas
vezes eu te disse para não te colocares contra os cristãos porque o Deus deles
luta ao seu lado? Pois bem, informo-te que também eu quero tornar-me cristã.” O
imperador, surpreso, exclamou, “Ah, desgraça! Também tu te deixaste seduzir?”
Dito isso, fez com que a suspendessem pelos cabelos e a chicoteassem
cruelmente. Durante o suplício, a mulher se voltou para Jorge, “Jorge, luz da
verdade, aonde pensas que eu irei se ainda não fui regenerada com a água do
Batismo?” O santo respondeu-lhe, “Minha filha, fica serena, pois o sangue que
está vertendo será teu batismo e a tua coroa”. E ele piedosamente, entregou sua
alma a Deus, em súplicas e orações.
A prisão do soldado Jorge foi decretada. Ao ser
encontrado na Lídia, foi levado à prisão, e, como recusou renegar a Cristo, foi
cruelmente açoitado e em seguida enterrado até o pescoço em cal viva,
intensificando seu sofrimento; por fim, foi decapitado.
No Egito, seu culto tornou-se muito popular. Foi
declarado o protetor do exército de Constantinopla pelo ano 1000.
Ricardo Coração-de-leão declarou São Jorge padroeiro
das cruzadas. Foi declarado defensor das mulheres e nações inteiras se
colocaram sob seu patrocínio como a Inglaterra, a Alemanha, Portugal e Espanha.
Tanto no Oriente como no Ocidente, São Jorge é
muito popular e bastante invocado. No Brasil, o sincretismo religioso abriu as
portas da imaginação dando fôlego a muitas crendices.
Devemos invocar o valente soldado Jorge em todas
as adversidades, nos momentos de perigo e também nas crises de fé.
São Jorge, cavaleiro intrépido e vencedor,
defende-nos dos perigos do corpo e da alma.
Amém!
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