Eis que a Sagrada família teve de partir!
A
fuga para o Egito
Acomodados
como estavam por sobre o feno e rudes panos, eis que José e Maria adormecem!
Estavam cansados... A visita dos magos deixou o menino Jesus agitado e seus
pais ainda mais confusos.
O
silêncio da noite é interrompido. Eis que, mais uma vez, o anjo do Senhor
interrompe o sono de José e lhe diz, “José, José! Acorda, toma o menino e sua
mãe e foge, pois Herodes e seus soldados estão a caminho e em seu coração nutre
o desejo de acabar com a vida do menino Jesus”.
José
acorda Maria e, com os corações apertados, começam a arrumar os poucos
pertences no lombo do fiel burrico Soréc.
Tudo
está pronto! Soréc orgulha-se de ser o primeiro meio de locomoção do pequeno
Rei. O menino Jesus é acomodado confortavelmente nos braços de sua mãe, José
toma o cajado e as rédeas do burrico, e eles saem pela madrugada fria e ventosa
em direção ao desconhecido.
Os
passos apressados de José vão marcando para sempre aquele caminho áspero e
cheio de perigos.
Durante
a noite trocam algumas poucas palavras; o menino Jesus dorme serenamente nos
braços aconchegantes e seguros de sua mãe. As horas vão avançando e a aurora
matutina já dá sinais da chagada de uma novo e belo dia.
-
José!, exclamou Maria, vamos parar... O dia já amanheceu e Jesus acordou e está
com fome.
Ao
ouvir o sinal de parar, o burrico imediatamente obedece e se alegra em poder
comer, beber água e descansar.
Nossa
Senhora logo procura uma sombra para se proteger e ao menino também. Um belo e
frondoso arbusto abre seus galhos e com sua folhagem esverdeada protege o
momento mais sublime: o Santo Menino sugando com grande apetite o leite
virginal da Virgem Maria.
Satisfeito
e feliz, o pequeno Jesus adormece por sobre as mantas que com muito jeito Maria
arrumou. Aquela sombra preciosa acalentou o sono do menino.
José
tratou do burrico Soréc e para ele preparou uma bela sombra para descansar.
Soréc era, além de um meio de transporte, um membro querido da família.
As
fraldas e os cueiros foram lavados e enxaguados por várias vezes. Afinal, todo
cuidado é pouco quando se trata de um recém-nascido.
Os
olhos de Maria buscam alguma coisa ao redor. Era preciso encontrar um lugar
para pendurar ou estender as pequenas e límpidas peças de roupas.
Eis
que encontra um pé de lilás, porém é alto demais, o lírio não resistirá ao peso
das roupas. Restou-lhe somente o pé de alecrim. O alecrim, ao perceber que
serviria para secar as roupas do pequeno reizinho do universo deu um profundo
suspiro que encheu todas as peças com seu suave perfume.
O
perfume suave das roupas encantou Maria e ela assim exclamou, “Belo alecrim,
quão perfumadas deixaste as roupas do meu menino. O teu suspiro de alegria
ficou impresso em todas as peças”. O humilde alecrim, ainda mais emocionado,
fechou-se em suas folhas como que em preces. E daquele dia em diante o alecrim
passou a se chamar também “Mãozinhas de Maria”.
A santíssima
Maria olhou para o alecrim e acariciando seus galhos com as mãos exclamou,
“Pelo teu suave perfume serás conhecido por todo o tempo. Serás de grande
utilidade na culinária e também na medicina. De hoje em diante terás as flores
da cor do manto que hoje visto, ou seja, azuis”. Cheio de alegria, o alecrim
acompanha o movimento de José e Maria ao arrumar os pertences para partir.
Tudo
ficou agraciado com aquelas presenças. A água, a vegetação, os animais... Tudo
permaneceu igual na ordem natural, porém na sobrenatural, tudo era graça.
Ao
longe se veem as marcas das sandálias de São José e das patas do burrico, já
bastante descansado.
Partiram
em busca do ainda desconhecido. Tudo parecia muito confuso. A viagem é bastante
perigosa, porém o que os move é a fé!
É, na
verdade, a boa nova que está sendo levada, enrolada naqueles panos, o Salvador!
O
alecrim (rosmarinos officialis) tem
sua origem no Mediterrâneo; é conhecido como chá da alegria. Seus efeitos são
fantásticos.
O
Santo Menino nos encanta com sua divina presença e sempre nos traz momentos de
esperança.
Desejamos
a todos um santo e abençoado Natal, com um 2014 de bênçãos e de graças.
Paz e
bem!
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