Santa Beatriz da Silva

Santa Beatriz da Silva

Fundadora das Concepcionistas

Da nobreza da vila ensolarada de Campo Maior no despertar da primavera de 1437, nasceu Beatriz, a oitava filha, de um total de doze, do nobre e distinto casal, Dom Rui Gomes da Silva, alcaide da vila, e Dona Izabel de Menezes; eram parentes da Família Real Portuguesa.
A família dos Menezes da Silva era respeitada e admirada por toda a vila. Dona Izabel era carinhosa e extremamente dedicada à formação moral e religiosa dos filhos. Todos os doze foram educados pelos franciscanos, eram zelosos na oração e prontos para toda e qualquer obra de caridade.
O amor pela Virgem Imaculada também foi incutido no coração da nobre família pelos franciscanos.
O que mais chamava atenção de todos era a beleza e a altivez dos filhos do alcaide Dom Rui, em especial a da jovem Beatriz.
Tudo corria na maior tranqüilidade na Vila de Campo Maior, até o dia em que Beatriz foi convidada pela Rainha Izabel, filha de Dom Duarte, Rei de Portugal, e esposa, em segundas núpcias de Dom João II de Castelha, para ser sua dama de companhia. Com a Rainha, Beatriz foi primeiro para Lisboa e depois para Tordesilhas.
A jovem Beatriz, bela dama da companhia da Rainha, era toda dedicada e carinhosa para com Dona Izabel, apesar do temperamento difícil da nobre Rainha.
Na Corte de Castelha, a beleza e o encanto de Beatriz era o que mais se comentava, chegava-se a dizer que, em tudo, a dama se sobressaia à Rainha.
Dona Isabel, por um certo tempo apreciou os comentários e elogios, que eram unânimes na Corte. Afinal, a bela e jovem dama era também sua parenta.
Muitos jovens da Nobreza demonstravam afeição e simpatia pela bela Beatriz, que por várias vezes foi pedida em casamento e sempre e gentilmente recusou os pedidos.
Quase sempre o ciúme e a inveja destroem a beleza de muitos relacionamentos e até mesmo grandes amizades. E foi também por um ciúme doentio de Dom Duarte II, que a Rainha começou uma terrível perseguição contra sua bela dama de companhia.
Tomada pelo ódio, Dona Izabel, trancou a jovem Beatriz em um baú, amarrada e amordaçada, para que lá morresse asfixiada.
Beatriz, vendo-se em perigo de morte, colocou-se inteiramente nas mãos de Deus e a ele confiou sua vida. Foi, porém, naquele baú que a jovem Beatriz conheceu os planos de Deus a seu respeito.
Durante três dias Beatriz esteve trancada no baú e, no final do terceiro dia, apareceu-lhe a Virgem Maria com o menino Jesus nos braços. A Santíssima Virgem estava vestida com um vestido branco e um manto azul da cor do céu.
Nossa Senhora manifestou o santo desejo de que Beatriz fundasse uma Ordem destinada a defender, honrar e promover a devoção à sua Imaculada Conceição.
O desaparecimento de Beatriz causou preocupações a todos e principalmente àqueles que conheciam o ciúme doentio da Rainha.
Pressionada, a Rainha levou seus parentes ao sítio onde estava o baú com Beatriz, e achando encontrá-la morta, que divina surpresa!, a jovem Beatriz levanta-se com toda a sua beleza e sem as amarras causando à Rainha e a todos espanto e alegria.
Dona Izabel, completamente desnorteada, dá permissão à jovem Beatriz para ir embora. A jovem segue em direção a Toledo.
No caminho para Toledo, Beatriz encontra dois religiosos franciscanos, um falava português, saudando-a em sua língua materna.
Conversavam pelo caminho, falaram da fundação da Ordem da Imaculada Conceição, os conselhos e as exortações dos frades pareciam celestiais. Os frades desapareceram da mesma forma que apareceram, sem serem percebidos pela comitiva de Beatriz.
A jovem Beatriz teve a grata certeza de que os frades eram São Francisco de Assis e Santo Antônio de Pádua.
Foi no Convento das Irmãs Dominicanas de Toledo que Beatriz encerrou-se por 30 longos anos. Foi lá que Beatriz decidiu cobrir seu belo rosto, descobrindo-o em raras ocasiões. Beatriz decidiu cobrir seu rosto por entender que sua beleza foi a causa de tantos desgostos.
Sua vida no convento foi marcada pelo silêncio e pela piedade. A obediência era seu lema principal, a penitência e o sacrifício faziam parte do seu cotidiano.
Beatriz estava preparada para a missão a ela confiada durante os três dias no baú. Mais uma vez apareceu-lhe a Mãe de Deus e, mostrando-lhe suas vestes, para que servisse de modelo para o hábito de sua futura Ordem.
A Rainha Isabel, a Católica, deu a Beatriz o Palácio de Galiana e a igreja de Santa Fé, ao lado do Palácio. Foi lá que Beatriz, com mais doze jovens, iniciaram a Ordem da Imaculada Conceição em regime de clausura e pobreza evangélica.
Beatriz torna-se a abadessa do Convento. A bula de aprovação da Ordem foi concebida por Inocêncio VIII e foi datada de 30 de abril de 1486.
Seis anos se passaram até o dia da profissão solene da Irmã Beatriz e das doze companheiras. Dez dias antes, a Santíssima Virgem apareceu à Irmã Beatriz dizendo que o Senhor viria buscá-la no dia marcado para a profissão solene e nascimento oficial da Ordem. Beatriz em tudo dá graças a Deus, mesmo sem entender seus desígnios.
No dia marcado, Beatriz recebe o hábito, confeccionado por um franciscano, professa com ele e entrega sua vida a Deus, já como concepcionista.
Conforme sabemos Irmã Beatriz, desde que saiu da Corte, cobriu seu rosto com um véu de renda branca. Na hora de sua morte e para receber o Sacramento da Unção dos enfermos, levantaram o véu e atônitos contemplaram uma luminosidade nunca vista.
De seu rosto saiam raios luminosos e uma estrela, também luminosa, fixou-se em sua testa. Beatriz foi sem dúvida uma luz para o mundo e um sinal de amor à Virgem Imaculada. Era o dia 9 de Agosto de 1492.
Foi declarada Santa pelo Papa Paulo VI em 1976.
Que seu exemplo sempre nos edifique, Santa Beatriz da Silva.
Amém e Paz e Bem!

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