A Nossa Senhora das Alegrias e a Coroa Franciscana das Sete Alegrias da Virgem Maria



A Nossa Senhora das Alegrias e a Coroa Franciscana das Sete Alegrias da Virgem Maria

“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus meu salvador...! (Lc. 1, 46 – 47).


Como poderemos definir um sentimento tão complexo e tão completo. Segundo alguns estudiosos a alegria é: “Júbilo, é satisfação, é vivacidade; ela se manifesta em palavras e ações”.Em hebraico, alegria e o mesmo que festa!

São Paulo exorta os felipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor”; vive em alegria espiritual permanente quem está em perfeita harmonia com Deus. O Salmista nos lembra que a alegria é a herança dos corações retos (Sal. 31, 11).
Jesus, momentos antes de sua dolorosa Paixão, adverte os apóstolos de que ninguém lhes tiraria sua alegria (Jo. 16, 22).
E o que dizer dos apóstolos, que depois de serem levados ao sinédrio, foram humilhados e espancados com varas e de lá saíram alegres por terem sido julgados dignos de sofrer ultrajes pelo nome de Jesus (At. 5, 41).

As alegrias de Maria!

Se a vinda de Messias prometido era motivo de alegria para todo o povo, como não seria muito mais para aquela escolhida a ser sua mãe!
A palavra “chaire” (em grego) = alegra-te, foi à saudação do embaixador celeste a jovem Maria, com essa saudação o anjo ecoa a voz dos profetas convidando a filha de Sião para a alegria, ela é a causa da alegria de toda a humanidade!
A liturgia da Igreja sempre enaltece as alegrias de Maria como: “Alegremo-nos todos no Senhor , celebrando o dia festivo em honra da Virgem Maria... ou ainda a alegria da ressurreição no tempo pascal: “Rainha do Céu, alegrai-vos, aleluia...”.

A Coroa Franciscana

O grande historiador franciscano, Pe. Luke Wadding, definiu como origem da devoção às alegrias de Maria e da coroa franciscana, o ano de 1422.
Conta o renomado historiador, que, no referido ano, entrou na ordem um jovem muito piedoso, e já no noviciado aprendeu o que significa a santa obediência.
O jovem noviço, devotissímo da Santíssima Virgem, enquanto estava na casa paterna, conservava a bela e piedosa devoção de oferecer, a cada manhã, uma coroa de rosas frescas e colocá-las aos pés da imagem de Nossa Senhora.
Quando ingressou na ordem, não obteve autorização para cumprir com a sua devoção cotidiana, pois eram muitas às ocupações e os momentos de oração em comum.
Sentindo em seu coração uma dor que, de forma alguma, era aliviada, pensou em deixar a ordem e já decidido, porém com os olhos cheios de lágrimas, dirigiu-se à capela e aos pés da Santíssima Virgem expôs sua dor e seu imenso desejo de se tornar sacerdote.
Maria comove-se como afeto do jovem noviço e com um sorriso de mãe faz a seguinte revelação:
- Não te entristeças, vou ensinar-te a confeccionar um coroa de flores que não murcham e que podes oferecer-me em qualquer época do ano, e, assim não terás necessidade de deixar a ordem franciscana e nela te tornares sacerdote!... Assim o farás: no principio professarás o credo de tua fé; em seguida rezarás um Pai-Nosso e três Ave-Marias, e meditarás em seguida as 7 maiores alegrias que tive enquanto estive na terra; e quando fui elevada ao Céu.
*Sendo = 1 Pai-Nosso e 10 Ave-Marias, x 7 e em cada intervalo reza-se, além do Pai-Nosso, a Glória ao Pai e a meditação da ref. alegria.
Começou o noviço a rezar todos os dias a coroa ensinada por Nossa Senhora e o fazia com devoção e piedade. O mestre dos noviços, em visita as celas dos jovens, percebeu algo diferente na cela de nosso jovem. Eis o que ele viu:
- Vi um anjo que enfiava em fios de ouro, lindas rosas de prata, de dez em dez, e nos intervalos eram colocados lírios de ouro. Depois de fechada a coroa, o anjo, com grande alegria, colocou-a na cabeça do jovem noviço, e a visão desapareceu.
O mestre, em estado de júbilo, chamou o jovem e quis saber o que representava aquela visão, e o noviço prontamente explicou como aprendera a rezar a coroa das alegrias de Nossa Senhora.
Estava tão maravilhado o mestre que contou a todos os irmãos e em pouco tempo difundiu-se a devoção por toda a ordem Franciscana e para o mundo.
Muitas indulgências são concedidas a todos os que com devoção recitarem a Coroa Franciscana.

No Brasil!

A devoção a Nossa Senhora das alegrias e da Coroa Franciscana chegou ao Brasil com Frei Pedro Palácios, um espanhol de Medina do Rio Seco, que veio para Espírito Santo, em outubro de 1558 e trouxe consigo o painel de Nossa Senhora das Alegrias. Neste ano de 2008 celebram-se os 450 anos do inicio da devoção.

“Ó Santas Alegrias, castíssimas delicias
da maternidade virginal!
Maria já é Mãe de Deus.
O Filho é o mesmo Verbo Divino
eternamente gerado pelo Pai.
Feliz a Virgem Maria, cujo seio contém
o Próprio Deus! (Manuel Bandeira)”.

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